quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

MESA ALIMENTADORA E INDICE DE PREPARO

Faaaaala pessoas do meu Brasil varonil !!
Peço desculpas por essa sumida, mas é que a correria do dia a dia não me possibilitava voltar para cá. Mas cá estou! Hoje adentraremos ao mundo do Açúcar e Álcool em uma parte mais técnica. É importante também para que você conheça o processo de fabricação de ambos. Preparados? Então vamos...!

O processo de fabricação é bem simples, porém tratarei cada etapa em um post diferente, e com algumas ressalvas com a experiência que eu tive (que não é muita, mas já ajuda).

A cana após pesada e gerado o ATR pode ter até três destinos diferentes: direto para a mesa alimentadora, onde será moído para extração do caldo; em barracão de armazenamento, uma técnica já não mais utilizada pois através de estudo foi comprovada que quanto mais tempo demorar para se moer a cana, menor a produtividade e maior o consumo de insumos como antibióticos e bactericidas; e ao pátio que se assemelha ao barracão, porém uma desvantagem que é ao céu aberto.

Visão do barracão da ponte

As usinas mais modernas utilizam-se de um sistema de Logística perfeita, fazendo com que o transporte da cana até a usina não seja falho e que seja alimentado 24h por matéria prima, dispensando assim, o uso de um local de armazenamento.

Após se encaminhar para a mesa alimentadora, o caminhão para em frente ao HILO que é essa estruta abaixo que auxilia o caminhão para "tombar" toda a carga na mesa.

 Visão do Hilo ao lado de fora

Visão do hilo da parte de dentro do barracão

Após tombada e antes de ser moída, a cana passa por uma processo de lavagem para que seja retirado boa parte da terra que vem junto da lavoura.
O processo de lavagem já foi bem criticado, por usar milhares de litros d'água. Mas posteriormente a isso, engenheiros conseguiram fazer uma cadeia fechada onde a água que é utilizada na lavagem da cana seja tratada e volte a lavar outras toneladas de cana.
Um novo processo também, é a lavagem de cana a seco, que se utiliza de grande "ventiladores" para retirar da cana impurezas como a palha, porém, é um sistema que ainda está em estudo e que por enquanto só utilizado em corte de cana mecanizada!

Lavagem de Cana

Lavada a cana, ela ainda não está pronta para ser moída, afinal a cana possui uma casca rígida que precisa ser rompida para que o processo de moagem seja mais eficaz.
Para isso existe o índice de preparo que nada mais é que o rompimento dessa casca através de facas, martelos e um desfibrador.
Para o melhor desempenho e melhor abertura da células da cana é necessário um conjunto de picador de facas fixas, eixo espalhador, picador de martelos oscilantes e um desfibrador do tipo Tongat.
É importante ressaltar que esse índice de preparação, por mais que não pareça, é utilizado apenas para abertura das células, não se extrai caldo nesse processo.
Em uma moenda o índice de preparo é de 85~90% de abertura das células. Já em um difusor, esse índice precisa ser maior pois para a extração utiliza-se apenas água quente, portanto, o índice de preparo pode chegar até 97%.

 Facas
 Martelos
Desfibrador

Após o preparo, a cana desfibrada passa por uma mesa de borracha onde acima está localizado o "eletroímã" para que seja retirado quaisquer objetos metálicos que possam comprometer os dentes dos rolos da moenda.

Depois dessa etapa, a cana está pronta para moagem!!!
Mas isso, é só no próximo post!

Obrigado.

sábado, 20 de novembro de 2010

SERRAGEM E LODO PODEM VIRAR "BRITA"

Fala galerinha...
Hoje trago mais uma reportagem sobre os resíduos da cana de açúcar. Mais uma prova de que há muito ainda o que descobrir! E fica aqui o apelo a empresários do setor de construção civil para que busquem alternativas, como cita a Juliana no final da reportagem.

Não é somente a cinza que pode se transformar em concreto. Outra pesquisa do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal  de São Carlos (UFSCar) descobriu que o lodo gerado em estações de tratamento e a serragem de madeira pode substituir a pedra britada. "Com os dos materiais, fazemos uma espécie de bolinha que entra no lugar da brita na mistura. Mas é um concreto para ser utilizado em lajes, por exemplo, como o de cinza da cana", disse o engenheiro civil Almir Sales.
Segundo ele, esse concreto já foi patenteado e apresentou menor condutividade de calor. "Ou seja, seria ideal para casas em locais quentes, como Ribeirão Preto e São Carlos", disse Sales.
Para a pesquisadora da UFSCar Juliana Moretti, que também está envolvida nos estudos, a maior dificuldade é conscientizar os empresários da importância dessas descobertas. "Como temos bastante recursos naturais no País, ninguém se importa em apostar em alternativas", disse Juliana.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

MIL E UMA UTILIDADES

Fala galera!
Como eu disse no começo, meu intuito aqui é mostrar a vasta área que a Usina Sucroalcooleira pode abranger, mostrar os benefícios de uma usina e mostrar a nossa realidade. Desmistificar a lenda de que a Usina de Açúcar e Álcool só é bom para os donos, que a cana vai dominar a floresta amazônica e que Usina só faz mal ao meio ambiente.

Hoje trago para vocês uma reportagem que saiu no jornal Gazeta no dia 29.10.2010, sobre o mercado Sucroalcooleiro. Colocarei a reportagem na integra para vocês. De ante mão, quero agradecer ao Rafa que disponibilizou essa reportagem para que eu colocasse aqui no blog, valeu Rafa! Mais uma prova que não faço nada sozinho, fazemos juntos!

"Tudo se aproveita. Cinza gerada pela queima da palha na usina pode ser usado para substituir a areia no concreto"
O Departamento de Enganharia Civil da Universiadade de São Carlo (UFScar) desenvolveu um concreto à base de cinza de bagaço de cana de açúcar. Os estudos ainda estão em andamento para verificar a durabilidade do material e devem ser concluídos em outubro de 2011. Ao contrário  do concreto convencional, que usa areia, pedra britada e cimento em sua composição, o concreto desenvolvido na UFSCar substitui até 50% da areia por cinza de bagaço de cana. Somento no Estado de São Paulo, são produzidas cerca de 4 milhões de toneladas dessa cinza por ano. O engenheiro Civil e Coordenador da pesquisa, Almir Sales, conta que a cinza foi escolhida justamente por sua produção abundante. "As jazidas de areia estão acabando e a retirada desse material de leitos de rios, por exemplo, tem um custo muito alto, seja financeiro ou ambiental." disse Sales.

Outra vantagem do novo concreto seria uma destinação para a cinza de bagaço de cana, que hoje é jogada em aterros industriais. "As industrias e mio ambiente iriam agradecer", contou. Cada tonelada de bagaço moído rende cerca de 25kg de cinza.
Porém, a cinza não pode ser jogada na mistura de concretosem antes passar por um tratamento. "Verificamos que há algumas impurezas na cinza que podem atrapalhar a qualidade do concreto", explicou a pesquisadora Sofia de Araújo Lima, que acredita que o processo de purificação não encareceria a produção em larga escala. "É feito um peneiramento e uma moagem para que a cinza fique homogênea. Depois disso ela é jogada na mistura do concreto", contou.

A pesquisadora conta que o estudo só ficará pronto em outubro pois os testes de durabilidade demandam tempo. "Colocamos o concreto em uma camara que acelera 20 anos em um. Vamos testar o índice de corrosão também", explicou Sofia.
A questão dos custos ainda não foi estudada pela equipe, mas a estimativa dos pesquisadores é que o preço do novo concreto fiquem entre 10% e 20% menor do que o do concreto convencional. "Levando em conta que a cinza de cana é abundante no Estado, o uso dela é de custo zero. Já a areia não", disse Sales.

Uma bela reportagem, e deixo aqui meus parabéns ao Jornal Gazeta por mostrar que a Usina realmente, como diz o título da reportagem, é de "Mil e uma utilidades"

Não podemos esquecer de mencionar que a cinza gerada pela queima, quer seja ela de bagaço ou de palha, também vai para a lavoura que será usada como adubo para a cana. Mas como é muito grande a geração, nem toda a cinza acaba indo para o campo, havendo um descarte de maneira errada.

O que podemos fazer agora é esperar o final dos estudos, mas como já aconteceu com outros sub produtos da cana, com a cinza não tenho dúvida que irá acontecer o que todos nós sabemos, que é se consolidar e dar super certo!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

LABORATÓRIO DE PCTS


Aeee galerinha!
Hoje estou aqui para relatar qual a função desse laboratório dentro da usina, rotina de análises e alguma experiência que eu tive durante o meu tempo de laboratório de PCTS. Portando, tudo o que escreverei aqui é relacionado a usina que trabalhei, podendo haver uma mudança ou outra, dependendo da usina, mas no fim, a função é a mesma.

Bom, começando a sigla PCTS já diz tudo, e talvez nem precise de muitas delongas. Pagamento de Cana por Teor de Sacarose é um laboratório localizado na entrada na usina próximo à balança. Sua função nada mais é que analisar a cana que está entrando na usina e, através do teor de sacarose contido na cana, fazer o pagamento da mesma. É importante saber que é gerado um coeficiente nas análises que depois será multiplicado pelo valor de tonelada de cana. Esse coeficiente é chamado de ATR.

A rotina de análises de um laboratório de PCTS não é nada uma bicho de sete cabeças, mas não é isso que aparenta quando você inicia num laboratório de tamanha importância dentro da usina. As análises que são feitas são:

Balança: é aqui onde tudo começa. O caminhão é pesado e é emitido um Boletim para Análise (B.A.).

Amostragem da cana: feita por uma sonda, podendo ser horizontal, horizontal de trilho ou ainda a mais utilizada hoje em dia, a sonda oblíquoa. A grande diferença é que as horizontais é necessário 3 furos destintos e sorteados (dependendo do sistema), para que possa amostrar pé, meio e ponta. Já a oblíquoa é feito apenas um furo, pois ela o faz em um ângulo de 45º. Cada amostra tem de 7 a 15 kg.


Desfibragem e Homogienização da Amostra: feito através de uma forrageira que é equipada de pás, facas e martelos que tem a intenção de "imitar" o índice de preparo instalado nas moendas. A homogienização é feita através de uma bitoneira que irá homogienizar toda a amostra de cana desfibrada.

Impureza Vegetal e Mineral: são importante para saber as impurezas que estão chegando na usina que, consequentemente, irá prejudicar a fabricação de açúcar e etanol. São impurezas vegetais: folha, palha, resto de árvore, palmito e etc.. São impurezas minerais: terra, areia, pedra, etc..
A impureza vegetal é feita manualmente retirando dos colmos da cana a palha, folhas e alguns eventuais restos de árvores que podem vir junto na colheita. Após retirada, pesa-se essa impureza que é gerado um coeficiente de quanto de impureza vegetal está entrando na usina. O que mais afeta na hora de analisar a cana que entra na usina é o palmito, que é a parte superior da cana que é pobre em sacarose e rica em água. 
A impureza mineral já um pouco diferente. Após a amostra ser desfibrada é reservado um pouco de cada amostra de cada talhão que entra na usina. Depois pega-se 30gramas dessa amostra e coloca-se em um cadim que será incinerado em um forno mufla em uma temperatura de 600-800ºC durante 8 horas.


PBU e Prensa Hidráulica: é o Peso do Bolo Úmido, que nada mais é, que 500g de amostra, prensados a uma força de 250kg/cm³ durante 1 minuto. Abaixo, foto da prensa Hidráulica e o PBU.


ºBrix: depois de sofrer a prensagem, a amostra gera o PBU e o caldo. Primeiro aferimos o ºBrix, através do refratômetro, que tem como objetivo medir a refração dos sólidos solúveis contido naquela solução açucarada. Só para nível de curiosidade, o índice de refração da sacarose é de 1,33 variando conforme a concentração de sacarose.


pH: o pH do caldo é crucial para identificarmos a cana que está chegando na usina. Através do pH podemos apontar se a cana está "azeda" ou até mesmo "velha". A faixa ideal de pH de uma cana boa é de 5,2 a 5,5.

Clarificação do Caldo: a clarificação é feita através de uma mistura de hidróxido de cálcio [Ca(OH)2], cloreto de alumínio [AlCl3] e celite. A mistura é adicionada ao caldo que é agitado para que haja a homogenização da amostra. Após isso, a mistura é passada em um filtro.


Leitura Sacarimétrica: após clarificado, o caldo é passado em um sacarímetro para medir o teor de sacarose contido no caldo.

Após todo esse processo, é gerado através do PBU, ºBrix, pH e Leitura Sacarimétrica o que chamamos de ATR que é o coeficiente de pagamento aos fornecedores de cana. A princípio pode parecer difícil, mas como disse, com o tempo e rotina o trabalho fica fácil. Como eu disse, algumas coisas, como equipamentos de laboratório, pode mudar de usina para usina.

Bom espero que vocês tenham gostado do post e até a próxima! Valeu!

ATR - Açúcares Totais Recuperáveis.
PBU - Peso do Bolo Úmido.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

EXTRA POST

Hoje, antes de falar de laboratório de PCTS, irei falar de outra coisa!

Minha primeira experiência em uma Usina foi exatamente em uma laboratório de sacarose, e não foi sozinho que aprendi tudo o que sei, foi por causa de algumas pessoas que queria deixar aqui registrado o meu afeto e carinho: Baiano, Feio, Gabriel, Bruno, Jean, e algumas outras pessoas! Mas quero agradecer uma em especial, pois essa pessoa foi mais que apenas a amizade de trabalho... Hoje, triste, não faço mais parte do quadro de funcionários da usina, mas porém, levo comigo duas coisas que me fazem crescer: conhecimento, isso ninguém jamais poderá tirar de mim, e uma pessoa que até hoje estamos juntos, a minha doce e amada Talita!

Quero deixar registrado aqui, todo o meu carinho, amizade companheirismo, amor, afeto, paixão... que eu tenho por essa menina! Tudo começou por uma amizade. A sua confiança, a sua lealdade, tudo foi crescendo e se tornando frutos de algum bem maior. Todos os choros ao meu colo derramados, todos os sorrisos ao meus olhos mirados, todos os abraços ao meu corpo serrado, foi tudo em seu tempo.

Não tenho medo, muito menos vergonha de me expor e dizer o que realmente sinto. Não tenho medo de ser até um idiota ao gritar perante uma multidão o quão és importante para mim. Quero que fique registrado que nesses 4 meses que estamos juntos, para mim, nada foi em vão, e que se fosse para voltar atrás e mudar alguma coisa, apenas acrescentaria um pouco mais de amor, carinho e afeto!

Nunca me senti solto a ponto de expressar isso, mesmo que for por um blog, visitado apenas por amigos ou familiares! Mas me expressaria em qualquer lugar, e em qualquer fonte de informação! O meu amor é vasto e rompe barreiras!

Obrigado amor, obrigado por:
Me ensinar a amar novamente, mas de um jeito diferente a que eu estava acostumado.
Me ensinar o verdadeiro amor, o amor ao nosso Criador e seu filho, nosso Senhor Jesus Cristo.
Me ensinar que vale a pena rezar, e que a fé, move montanhas.
Me ensinar que o melhor da vida, são as coisas simples, como a amizade.
Me ensinar que a confiança é o melhor remédio para uma relação sadia.
Me ensinar a gostar de outro estereótipo. rs rs rs
Me ensinar, principalmente que:
Um relacionamento só dá certo quando se convive em três. O homem, a mulher e DEUS!

Obrigado por fazer parte da minha história, obrigado por fazer parte da minha vida!
Não quero que nosso amor termine em pontos, e sim, comece em vírgulas!

Te amo intensamente, do fundo do meu coração!

Amo, e isso me basta!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

TRANSPORTE

Eai pessoal, hoje veremos uma das áreas mais importantes do setor, aquele que fomenta toda essa massa, o setor que é o início de tudo: transporte.

Antigamente, Usinas tinham hábito de ter em sua planta um local de armazenamento de matéria prima, contudo hoje, depois de alguns estudos, descobriu-se que com o armazenamento da matéria prima pode-se acarretar uma série de fatores que podem gerar a baixa produção. A cana armazenada no pátio ou barracão, fica exposta à uma série de microorganismos que podem fazer mal a essa matéria prima armazenada. Ou ainda, pode haver apenas uma parte dessa matéria contaminada, e na hora de armazenar, uma em contato com a outra, o microorganismo se manifesta, gerando uma baita dor de cabeça. Mas também não vamos radicalizar, afinal tudo depende do tempo de corte, e o tempo que essa cana está ali, armazenada.

Contudo, as novas usinas trocaram um barracão por uma coisa chamada Logística. Não se tem mais um local de armazenamento e sim uma logística bem estruturada que visa a matéria prima 24h dentro da usina sem parar. Ao invés de armazenar essa cana é tombada direto na mesa de alimentação.

Porém, uma usina que faz-se o uso de barracão ou pátio e mesmo assim não investe em logística pode ter um problema seríssimo de falta de cana.

Um aspecto importante dos sistemas logísticos é a forma de coordenar os processos de corte, carregamento e transporte de cana do campo até a área industrial, de maneira a suprir adequadamente a demanda necessária na área industrial. Os custos do corte, carregamento e transporte representam 30% do custo total de produção da cana, sendo que somente os gastos com transporte equivalem a 12% desse total.

Existe uma gama de caminhões que levam a matéria prima para a Usina. Romeo e Julieta, Bitrem, Rodotrem, Treminhão, Basculante, são alguns deles. Mas não podemos esquecer que o transporte não está só apenas ligado ao transporte de matéria prima à usina.Há ainda outros tipos de caminhão que levam o produto final (açúcar e álcool) e seus derivados (vinhaça, torta de filtro, bagaço quando em excedente, levedura seca, etc.) para o destino final.

Portanto toda essa gama de caminhões fomentam não só a indústria sucroalcooleira, mas também a petrolífera, afinal o combustível usado nos caminhões ainda é o Diesel. Mas esse conceito está mudando, graças a Deus! Vamos esperar os novos estudos para que o combustível mais limpo seja utilizado também, nesse setor.

Obrigado, e até o próximo tópico!

Nota: entraremos em uma usina e veremos algumas coisas que regem um laboratório de PCTS. Até o próximo post pessoal.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

NOMENCLATURA PARTE 2

Bom, como eu havia dito, aqui é nada muito planejado, apenas penso em algo e já vou escrevendo. Por isso estou continuando o post anterior, pois havia mais algumas coisas para serem postadas.

NOMECLATURA

Caldo Primário: caldo extraído do 1.º terno da moenda. Tem alta % de açúcares e pureza elevada.

Caldo Misto: mistura dos caldos obtidos na extração do 2º ao 6º terno. Há usinas ainda que utilizam-se de um 7º terno.

Caldo Clarificado: caldo obtido após as operações de tratamento químico, aquecimento e decantação, ficando isenta de impurezas.

Caldo Sulfitado: caldo que contém certa quantidade de anidrido sulfuroso (SO2) integrado ao caldo, após a passagem pela coluna de sulfitação.

Lodo: fração mais densa da decantação do lodo, constituída de material insolúvel sedimentado. É retirado do fundo do decantador.

Torta: resíduos obtido da filtração do lodo dos decantadores. A filtração do lodo é feito através de um filtro a vácuo ou um filtro prensa, o caldo retirado volta para o processo (pois há sacarose nele contido) e atorta de é utilizada na lavoura para a adubação do solo.

Mel Final: mel obtido da massa cozida final destinado a fabricação de álcool. Trocando em miúdos é o açúcar que não se cristalizou.

Mosto: mistura de água, caldo clarificado e Mel Final. O mosto é o alimento das leveduras nas dornas de fermentação.

Xarope: caldo concentrado obtido através da operação de evaporação de parte da água contida no caldo misto

Fosfatos: a % de fosfato (P2O5) no caldo de cana é muito importante no processo de clarificação do mesmo e, consequentemente, na obtenção de açúcar branco. Ele participa das reações de floculação com a cal, adicionada no tratamento químico do caldo. É conveniente que os caldos tenham um teor de fósforo maior que 200 mg/litro. Quando apresentarem valores menores que este, deve-se dosar ácido fosfórico no processo de clarificação.

E é só...
É lógico que não foi colocado tudo aqui, mas conforme formos passando as etapas da fabricação, e for surgindo alguma coisa, eu coloco os significados.

Por enquanto é só, até o próximo post! 

Obs: próximo post veremos os tipos de caminhão que existe em uma usina. Não percam!

NOMENCLATURA PARTE 1

Fala galera..
Vocês não tem noção o quanto estou me divertindo com a criação desse blog. O mais legal de tudo que não projeto muito para que as coisas aconteçam. Apenas acontecem. Como prometido hoje eu falarei um pouco da nomenclatura empregada nas usinas. Não sei se colocarei todas aqui, mas tentarei fazer o máximo para que vocês entendam.

Resolvi criar esse post, pois daqui pra frente usarei termos que vocês teram que saber o que é. Portanto, não se preocupem, se houver algum termo no texto que vocês não entenderem, voltem para esse post e fiquem por dentro. Se por ventura a palavra utilizada não estiver aqui, eu crio no final do post uma "obs" para explicar o termo.

NOMENCLATURA

Grau ºBrix: é a palavra mais usada por toda a indústria. É uma escala numérica que mede a quantidade de sólidos solúveis em uma solução açucarada. O ºbrix é aferido por um aparelho chamado refratômetro. Sua escala foi derivada originalmente da escala de Balling, recalculando a temperatura de referência de 15,5 ºC. É importante dizer que essa escala é usada em todas as indústrias de alimento.

Pol: é a quantidade de açúcar contido em uma solução açucarada. A determinação da pol é indispensável para o fornecedor de cana, pois ele é remunerado conforme a quantidade de sacarose na cana fornecida. Esse calculo de pagamento é realizado no Laboratório de PCTS.

PCTS: é um laboratório dentro da usina destinado ao pagamento dos fornecedores de cana. PCTS significa, Pagamento de Cana por Teor de Sacarose. Quanto mais sacarose, mais o fornecedor é remunerado.

Pureza: é a razão da Pol sobre o Brix vezes 100. Exemplo: Se eu tenho uma cana com 14 de Pol e 16 ºBrix, fazendo a divisão e multiplicando por 100 o resultado será de uma cana com Pureza = 87,5. O padrão de pureza ideal é de >85%

AR: são os Açucares Redutores, ou seja, aqueles que não se cristalizam, sendo eles glicose e frutose. Na fábrica de Açúcar quanto menos AR melhor. Na destilaria quanto mais AR melhor.

ART: são os Açucares Redutores Totais, ou seja, os três tipo de açucares existentes na cana: glicose, frutose e sacarose.

pH: é o potencial Hidrogeniônico de qualquer solução. Essa escala que varia de 0 a 14 nos informa como está a solução: ácida, básica ou neutra. pH de 0 a 6,9 a solução está ácida. pH de 7 é uma solução neutra. pH 7,1 a 14 a solução está básica. O importante é que o pH das canas estejam de 5,2 a 5,5, portanto o caldo de cana é um líquido ácido, abaixo disso o caldo está se deteriorando.

Fibra: matéria seca, insolúvel em água, que está contida na cana. Muitas pessoas confundem Fibra e Bagaço, mas são duas coisas diferentes.

Bagaço: Resíduo fibroso resultante do processo de extração do caldo da cana. É queimado na caldeira para produzir vapor e energia. O excedente é estocado. Uma área em expansão em uma usina, hoje, é a cogeração de energia, tocando a indústria com a própria energia e vendendo o excedente.

Continua...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

SACAROSE

Para entendermos sobre o processo, precisamos primeiro entender a composição da matéria prima. Sabemos que a cana tem água por sua maioria.  A água tem suas resalvas, mas não é o mais importante na produção de Açúcar e Álcool.

A cana, por sua vez, possui 1 dissacarídeos (sacarose) e 2 monossacarídeos (glicose e frutose). A SACAROSE é usada apenas para a fabricação do açúcar, pois é o único açúcar cristalizável. E a glicose e frutose fica na produção, através da fermentação, do etanol.

A sacarose é um carboidrato (carbono + água) de grande valor energético. Sua forma molecular é C12H22O11. É importante que seja dito que a sacarose na presença de ácidos ou de certas enzimas, sofre uma decomposição transformando-se em dois monossacarídeos (glicose + frutose). Esta reação de hidrólise é conhecida como "inversão" e pode ser representada por:





Como foi dito, os monossacarídeos glicose e frutose não se cristalizam, portanto, em uma fábrica de açúcar deve-se evitar no máximo a inversão de sacarose para que não haja prejuízo.

Mas se a Usina for de Açúcar e Álcool, aquele açúcar que não se cristalizou não é desperdiçado. Ele é utilizado como fonte de "comida" para as leveduras na fermentação. Essa massa de açúcar que não se cristalizou é chamada de Mel Final. Esse mel final é misturado com água e caldo clarificado e forma o que chamamos de Mosto. O mosto é a "comida" para a levedura.

Portanto, em uma usina nada se joga fora. Estamos no século XXI onde o desperdício não é mais aceito. O desenvolvimento Sustentável está ai. E as usinas não ficam pra trás. Nos acompanhe e verás o quanto vale a pena acreditar nesse potencial.

Um forte abraço, e até o próximo post.

Nota: próximo post falaremos sobre nomenclatura empregada nas usinas. Não percam.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

CANA DE AÇÚCAR

Fala pessoal !!


Cai em uma questão hoje, que seria: como começarei o blog?


Como iremos falar de Açúcar e Álcool, nada melhor que começar a falar sobre a matéria prima: a Cana de Açúcar (agora, sem hífen).


A cana de açúcar é composta por inúmeras coisas. Quando eu não conhecia sobre o assunto, eu achava que no caldo da cana só havia açúcar + água. Mas depois de alguns estudos percebemos que a cana é mais complexa do que pensamos, que nela há partículas que no processo pode atrapalhar a minha confecção de Açúcar e Álcool.


Vamos a composição da Cana:


Podemos definir a cana, basicamente, em duas partes:


1) Fase sólida: Fibra
2) Fase líquida: Caldo


Mas a cana também pode ser muito mais do que apenas "Fibra + Caldo", abaixo uma composição mais detalhada dessa cana:


Partindo então, deste princípio percebemos que a grande da maioria da composição da cana, nada mais é que: ÁGUA. E é essa água que iremos discutir mais pra frente.


É importante frisar, que não existe apenas uma forma de açúcar na cana, e sim três. São elas: Glicose, Frutose e Sacarose, sendo que apenas a SACAROSE é cristalizável, ou seja, o único que pode-se formar grãos, cristais de açúcar.


No próximo post saberemos a composição da SACAROSE, não percam.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

APRESENTAÇÃO

Bom, há tempos venho pensando em fazer um blog nessa magnitude. Mas o que me faltava era tempo e conhecimento. Agora já tenho um pouco de tudo, nunca temos tudo.

Como esse é o primeiro post, vou me apresentar:

Meu nome é Marcus Celani, sou aluno do último módulo do curso técnico de Açúcar e Álcool na "UNIFASS - Sistema de Ensino", um conceituado colégio de Rio Preto que trouxe um pedacinho de lá aqui para Ribeirão Preto.

E é nesse colégio em que me inspiro para estar aqui vos escrevendo. Agradeço todo o corpo docente, muito capaz e fluente na área, que sempre me ajuda em dúvidas e me auxiliando em meu dia a dia. Agradeço desde já aos professores: Fabiano, Neiva, Jamil, Renato, Marcos e um em especial e a qual eu tenho um carinho enorme, professor-coordenador Daniel.

Tenho o prazer e o privilégio de morar na região mais rica do setor, que é a região de Ribeirão Preto. Trabalhei também, por 9 meses, na unica Usina de Ribeirão Preto, a Central Energética de Ribeirão Preto Açúcar e Álcool Ltda., por onde conheci pessoas maravilhosas onde uma grande parte do material que aqui colocarei, é fruto desse tempo em que lá permaneci.

O meu principal objetivo com esse blog é trazer a informação a todos que tinham a mesma visão ruim que eu tinha desse setor que é incrivelmente SUSTENTÁVEL. Não acredita? Acompanhe comigo que tentarei lhe abrir mais a cabeça para a nossa nova realidade: O MUNDO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.

Obrigado à todos, e vamos tocar esse projeto.
Que Deus ilumine-me para que eu não desista.