sexta-feira, 29 de outubro de 2010

NOMENCLATURA PARTE 2

Bom, como eu havia dito, aqui é nada muito planejado, apenas penso em algo e já vou escrevendo. Por isso estou continuando o post anterior, pois havia mais algumas coisas para serem postadas.

NOMECLATURA

Caldo Primário: caldo extraído do 1.º terno da moenda. Tem alta % de açúcares e pureza elevada.

Caldo Misto: mistura dos caldos obtidos na extração do 2º ao 6º terno. Há usinas ainda que utilizam-se de um 7º terno.

Caldo Clarificado: caldo obtido após as operações de tratamento químico, aquecimento e decantação, ficando isenta de impurezas.

Caldo Sulfitado: caldo que contém certa quantidade de anidrido sulfuroso (SO2) integrado ao caldo, após a passagem pela coluna de sulfitação.

Lodo: fração mais densa da decantação do lodo, constituída de material insolúvel sedimentado. É retirado do fundo do decantador.

Torta: resíduos obtido da filtração do lodo dos decantadores. A filtração do lodo é feito através de um filtro a vácuo ou um filtro prensa, o caldo retirado volta para o processo (pois há sacarose nele contido) e atorta de é utilizada na lavoura para a adubação do solo.

Mel Final: mel obtido da massa cozida final destinado a fabricação de álcool. Trocando em miúdos é o açúcar que não se cristalizou.

Mosto: mistura de água, caldo clarificado e Mel Final. O mosto é o alimento das leveduras nas dornas de fermentação.

Xarope: caldo concentrado obtido através da operação de evaporação de parte da água contida no caldo misto

Fosfatos: a % de fosfato (P2O5) no caldo de cana é muito importante no processo de clarificação do mesmo e, consequentemente, na obtenção de açúcar branco. Ele participa das reações de floculação com a cal, adicionada no tratamento químico do caldo. É conveniente que os caldos tenham um teor de fósforo maior que 200 mg/litro. Quando apresentarem valores menores que este, deve-se dosar ácido fosfórico no processo de clarificação.

E é só...
É lógico que não foi colocado tudo aqui, mas conforme formos passando as etapas da fabricação, e for surgindo alguma coisa, eu coloco os significados.

Por enquanto é só, até o próximo post! 

Obs: próximo post veremos os tipos de caminhão que existe em uma usina. Não percam!

NOMENCLATURA PARTE 1

Fala galera..
Vocês não tem noção o quanto estou me divertindo com a criação desse blog. O mais legal de tudo que não projeto muito para que as coisas aconteçam. Apenas acontecem. Como prometido hoje eu falarei um pouco da nomenclatura empregada nas usinas. Não sei se colocarei todas aqui, mas tentarei fazer o máximo para que vocês entendam.

Resolvi criar esse post, pois daqui pra frente usarei termos que vocês teram que saber o que é. Portanto, não se preocupem, se houver algum termo no texto que vocês não entenderem, voltem para esse post e fiquem por dentro. Se por ventura a palavra utilizada não estiver aqui, eu crio no final do post uma "obs" para explicar o termo.

NOMENCLATURA

Grau ºBrix: é a palavra mais usada por toda a indústria. É uma escala numérica que mede a quantidade de sólidos solúveis em uma solução açucarada. O ºbrix é aferido por um aparelho chamado refratômetro. Sua escala foi derivada originalmente da escala de Balling, recalculando a temperatura de referência de 15,5 ºC. É importante dizer que essa escala é usada em todas as indústrias de alimento.

Pol: é a quantidade de açúcar contido em uma solução açucarada. A determinação da pol é indispensável para o fornecedor de cana, pois ele é remunerado conforme a quantidade de sacarose na cana fornecida. Esse calculo de pagamento é realizado no Laboratório de PCTS.

PCTS: é um laboratório dentro da usina destinado ao pagamento dos fornecedores de cana. PCTS significa, Pagamento de Cana por Teor de Sacarose. Quanto mais sacarose, mais o fornecedor é remunerado.

Pureza: é a razão da Pol sobre o Brix vezes 100. Exemplo: Se eu tenho uma cana com 14 de Pol e 16 ºBrix, fazendo a divisão e multiplicando por 100 o resultado será de uma cana com Pureza = 87,5. O padrão de pureza ideal é de >85%

AR: são os Açucares Redutores, ou seja, aqueles que não se cristalizam, sendo eles glicose e frutose. Na fábrica de Açúcar quanto menos AR melhor. Na destilaria quanto mais AR melhor.

ART: são os Açucares Redutores Totais, ou seja, os três tipo de açucares existentes na cana: glicose, frutose e sacarose.

pH: é o potencial Hidrogeniônico de qualquer solução. Essa escala que varia de 0 a 14 nos informa como está a solução: ácida, básica ou neutra. pH de 0 a 6,9 a solução está ácida. pH de 7 é uma solução neutra. pH 7,1 a 14 a solução está básica. O importante é que o pH das canas estejam de 5,2 a 5,5, portanto o caldo de cana é um líquido ácido, abaixo disso o caldo está se deteriorando.

Fibra: matéria seca, insolúvel em água, que está contida na cana. Muitas pessoas confundem Fibra e Bagaço, mas são duas coisas diferentes.

Bagaço: Resíduo fibroso resultante do processo de extração do caldo da cana. É queimado na caldeira para produzir vapor e energia. O excedente é estocado. Uma área em expansão em uma usina, hoje, é a cogeração de energia, tocando a indústria com a própria energia e vendendo o excedente.

Continua...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

SACAROSE

Para entendermos sobre o processo, precisamos primeiro entender a composição da matéria prima. Sabemos que a cana tem água por sua maioria.  A água tem suas resalvas, mas não é o mais importante na produção de Açúcar e Álcool.

A cana, por sua vez, possui 1 dissacarídeos (sacarose) e 2 monossacarídeos (glicose e frutose). A SACAROSE é usada apenas para a fabricação do açúcar, pois é o único açúcar cristalizável. E a glicose e frutose fica na produção, através da fermentação, do etanol.

A sacarose é um carboidrato (carbono + água) de grande valor energético. Sua forma molecular é C12H22O11. É importante que seja dito que a sacarose na presença de ácidos ou de certas enzimas, sofre uma decomposição transformando-se em dois monossacarídeos (glicose + frutose). Esta reação de hidrólise é conhecida como "inversão" e pode ser representada por:





Como foi dito, os monossacarídeos glicose e frutose não se cristalizam, portanto, em uma fábrica de açúcar deve-se evitar no máximo a inversão de sacarose para que não haja prejuízo.

Mas se a Usina for de Açúcar e Álcool, aquele açúcar que não se cristalizou não é desperdiçado. Ele é utilizado como fonte de "comida" para as leveduras na fermentação. Essa massa de açúcar que não se cristalizou é chamada de Mel Final. Esse mel final é misturado com água e caldo clarificado e forma o que chamamos de Mosto. O mosto é a "comida" para a levedura.

Portanto, em uma usina nada se joga fora. Estamos no século XXI onde o desperdício não é mais aceito. O desenvolvimento Sustentável está ai. E as usinas não ficam pra trás. Nos acompanhe e verás o quanto vale a pena acreditar nesse potencial.

Um forte abraço, e até o próximo post.

Nota: próximo post falaremos sobre nomenclatura empregada nas usinas. Não percam.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

CANA DE AÇÚCAR

Fala pessoal !!


Cai em uma questão hoje, que seria: como começarei o blog?


Como iremos falar de Açúcar e Álcool, nada melhor que começar a falar sobre a matéria prima: a Cana de Açúcar (agora, sem hífen).


A cana de açúcar é composta por inúmeras coisas. Quando eu não conhecia sobre o assunto, eu achava que no caldo da cana só havia açúcar + água. Mas depois de alguns estudos percebemos que a cana é mais complexa do que pensamos, que nela há partículas que no processo pode atrapalhar a minha confecção de Açúcar e Álcool.


Vamos a composição da Cana:


Podemos definir a cana, basicamente, em duas partes:


1) Fase sólida: Fibra
2) Fase líquida: Caldo


Mas a cana também pode ser muito mais do que apenas "Fibra + Caldo", abaixo uma composição mais detalhada dessa cana:


Partindo então, deste princípio percebemos que a grande da maioria da composição da cana, nada mais é que: ÁGUA. E é essa água que iremos discutir mais pra frente.


É importante frisar, que não existe apenas uma forma de açúcar na cana, e sim três. São elas: Glicose, Frutose e Sacarose, sendo que apenas a SACAROSE é cristalizável, ou seja, o único que pode-se formar grãos, cristais de açúcar.


No próximo post saberemos a composição da SACAROSE, não percam.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

APRESENTAÇÃO

Bom, há tempos venho pensando em fazer um blog nessa magnitude. Mas o que me faltava era tempo e conhecimento. Agora já tenho um pouco de tudo, nunca temos tudo.

Como esse é o primeiro post, vou me apresentar:

Meu nome é Marcus Celani, sou aluno do último módulo do curso técnico de Açúcar e Álcool na "UNIFASS - Sistema de Ensino", um conceituado colégio de Rio Preto que trouxe um pedacinho de lá aqui para Ribeirão Preto.

E é nesse colégio em que me inspiro para estar aqui vos escrevendo. Agradeço todo o corpo docente, muito capaz e fluente na área, que sempre me ajuda em dúvidas e me auxiliando em meu dia a dia. Agradeço desde já aos professores: Fabiano, Neiva, Jamil, Renato, Marcos e um em especial e a qual eu tenho um carinho enorme, professor-coordenador Daniel.

Tenho o prazer e o privilégio de morar na região mais rica do setor, que é a região de Ribeirão Preto. Trabalhei também, por 9 meses, na unica Usina de Ribeirão Preto, a Central Energética de Ribeirão Preto Açúcar e Álcool Ltda., por onde conheci pessoas maravilhosas onde uma grande parte do material que aqui colocarei, é fruto desse tempo em que lá permaneci.

O meu principal objetivo com esse blog é trazer a informação a todos que tinham a mesma visão ruim que eu tinha desse setor que é incrivelmente SUSTENTÁVEL. Não acredita? Acompanhe comigo que tentarei lhe abrir mais a cabeça para a nossa nova realidade: O MUNDO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.

Obrigado à todos, e vamos tocar esse projeto.
Que Deus ilumine-me para que eu não desista.